quinta-feira, 12 de abril de 2012

Crise no casamento na meia idade

A fase 5 chamada da meia idade ou do ninho vazio apresenta uma revisão da vida. Podem surgir novos desafios que exigem apoio recíproco, para a menopausa e a andropausa do casal, dependendo se será com ou sem reposição hormonal, com maiores índices de saúde, bom humor e esperanças para novos alcances existenciais. Hormonalmente falando, o estrogênio diminui, há menor disponibilidade sexual e pode haver maior irritabilidade entre o casal. As ereções penianas do marido serão menos intensas e o casal deverá buscar novas maneiras de se relacionar sexualmente, com redescoberta da intimidade, de novas formas de orgasmos. Os homens podem ser os mais gentis amantes nesta fase. Cuidados com a saúde, além de novas sensualidades também podem ser conseguidos através de potentes e remédios da medicina moderna. As vivência aghape e filos poderão ser mais efetivas, com companheirismo excepcional. A crise previsível da fase 5 pode ser dificuldade de envelhecer, busca de parcerias mais jovens, divórcios emocionais, infidelidades, e friezas no convívio conjugal.
A fase 6 do ciclo de vida do casamento, também chamada a fase de melhor idade pode trazer mais tempo para o lazer do casal. A mulher pode estar mais sensual e auto confiante. Os homens mais gentis e amorosos. O companheirismo do amor filos poderá estar em alta. “Não há um ancião que esqueça onde escondeu seu tesouro.” (G. G. Marques, 1982). A crise previsível dessa fase 6 pode conter enfermidades debilitantes, disfunções sexuais, frustrações profissionais, aposentadorias injustas, afastamento da família e da vida social com perdas de estatus. “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o melhor do que muitas vezes ganharíamos por medo de tentar.” (Sheakespeare).
Bons casamentos passam por crises do amor, períodos de abstinência sexual e algumas etapas de desesperanças. Isto não significa necessariamente a morte do amor. Pode haver sempre a busca de renascimento e reciclagens a cada fase citada O amor romântico proposto pela mídia e por nossa cultura apenas, não basta! Os amores do casamento, reciclados e resignificados a cada fase são uma grande esperança para termos casamentos saudáveis e duradouros. Nas relações conjugais e familiares os maiores riscos atuais são: 1. Terá tempo a humanidade de desenvolver hierarquias de valores antes que a superpopulação, a poluição e a tecnologia armamentista imponham emergências destrutivas? 2. De onde e como surgirão novos educadores? 3. Como serão ouvidos os seres humanos que não confiam em ninguém?
Os nossos grandes desafios são a construção de direitos humanos que redefinam valores, lealdades e ética nas relações entre pais e filhos, os adultos e os avós. As pessoas que têm vieses positivos sobre as situações estressantes tendem a se dar melhor do que aquelas que têm uma percepção dura e uma realidade que pode ser depressiva, como uma enfermidade que ameaça a vida. Tais “ilusões positivas” mantêm a esperança diante da crise, permitindo que esses indivíduos usem todos os seus recursos para superar as dificuldades.
Confiança compartilhada entre os casais é fundamental na superação das dificuldades. Só agora a ciência está começando a entender a química da vontade de viver e dos esforços obstinados para se recuperar o máximo possível. É possível a dominar a arte do possível com iniciativa ativa e aceitação. Para sermos resilientes e capazes de superar as crises do casamento com crescimentos pessoais e familiares, precisamos fazer um balanço da nossa situação – desafios, restrições e recursos – e depois nos concentrar em extrair o máximo das nossas opções. São necessários tanto domínio ativo quanto aceitação. As crenças relacionadas ao domínio e à aceitação devem ser contrabalançadas. A resiliência requer aceitação dos limites do nosso potencial e do potencial de nossos cônjuges; avaliação e reconhecimento daquilo que podemos influenciar e o que não podemos mudar e, então, direcionar o maior esforço para o que é possível.
Os membros da família podem não conseguir controlar o resultado dos eventos, mas podem fazer escolhas e encontrar maneiras significativas de participar ativamente do processo de desdobramento dos eventos e englobar a crença em uma condição humana fundamental, com um conjunto de valores em prol dos quais nos empenhamos; a crença em um poder supremo; ou a crença em uma unidade holística com a comunidade humana, a natureza e o universo. Pode também incluir experiências divinas, que são sagradas ou místicas e difíceis de explicar na linguagem e nas imagens comuns. Viver assim é um convite à expansão da consciência e, com ela, à responsabilidade por si mesmo, pelo casamento, pela família, pela comunidade e, em fim, pela raça humana.

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