domingo, 9 de setembro de 2012

Florbela Espanca-Trazes-me em Tuas Mãos de Vitorioso

Trazes-me em tuas mãos de vitorioso Todos os bens que a vida me negou, E todo um roseiral, a abrir, glorioso Que a solitária estrada perfumou.
Neste meio-dia límpido, radioso, Sinto o teu coração que Deus talhou Num pedaço de bronze luminoso, Como um berço onde a vida me pousou.
O silêncio, ao redor, é uma asa quieta... E a tua boca que sorri e anseia, Lembra um cálix de tulipa entreaberta...
Cheira a ervas amargas, cheira a sândalo... E o meu corpo ondulante de sereia Dorme em teus braços másculos de vândalo...